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Reporteres sem fronteiras

Família Abravanel

Família Abravanel

Chamado de Silvinho desde criança, Senor Abravanel adotou o nome de Sílvio Santos quando instalou um sistema de alto-falantes nas barcas que faziam o transporte entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Ele já havia trabalhado em algumas rádios como locutor, e utilizou o dinheiro da rescisão do contrato com uma delas, a Continental, para abrir o novo negócio. Ainda no início da década de 1950, contudo, foi para São Paulo, aliando às funções de corretor e de vendas a de editor da revista de entretenimentos “Brincadeiras para você”, com palavras cruzadas, charadas, piadas, à d. Nessa época, também montou a sua “Caravana de Artistas”, que realizava shows na capital e no interior de São Paulo. Para incrementar o negócio, procurou Antônio Sílvio Cunha Bueno, candidato a deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD), para fazer um acordo: Sílvio realizaria 40 shows em praça pública com sua trupe de artistas, animando os comícios do candidato, em troca de um jipe para realizar o transporte de sua caravana.

Senor é filho de um imigrante grego, Alberto Abravanel, e de uma imigrante turca, Rebeca Abravanel. Aos 14 anos, buscou a independência financeira vendendo embalagens plásticas para títulos de eleitor no Rio de Janeiro. O pai tinha uma banca de jornais e revistas em seu país de origem e, conhecedor de várias línguas, negociava com turistas no Centro do Rio. Ainda jovem, Senor concorreu a uma vaga de locutor para a Rádio Guanabara (atual Bandeirantes) com 300 candidatos, entre eles Chico Anísio, José Vasconcelos e Celso Teixeira, e acabou obtendo o primeiro lugar. Considerou, entretanto, que a atividade de comerciante era mais lucrativa, e logo retornou às ruas, desta vez para vender canetas.

Em São Paulo, o trabalho como animador da “Caravana de Artistas” despertou a atenção de Manuel de Nóbrega, pai do apresentador e humorista Carlos Alberto de Nóbrega, que convidou “Sílvio Santos” para participar de seu programa na Rádio Nacional. Foi neste período que Senor assumiu também a administração do “Baú da Felicidade”, reformulando um empreendimento já em funcionamento, de venda a prazo (em 12 prestações) de pequenas arcas com presentes para serem entregues no Natal seguinte. Depois, criou um programa próprio na Rádio Nacional, o “Vamos brincar de forca”, em que anunciava o “Baú da Felicidade”.

Os lucros obtidos com o empreendimento permitiram a Silvio Santos, que já se tornava agora um nome popular, comprar um horário na grade de programação da TV Paulista (Organizações Victor Costa), transformando o radiofônico “Vamos brincar de forca” em um programa televisivo. O apresentador acabou emplacando o horário entre meio-dia e duas da tarde aos domingos, horário até então pouco valorizado nas emissoras. Em seguida, comprou novo espaço na grade, nas noites de quinta, para exibir o “Prá ganhar é só rodar”, durante o qual distribuía prêmios aos clientes do “Baú da Felicidade”.

Em 1966, as Organizações Globo adquiriram a TV Paulista, e Sílvio Santos ampliou seu espaço na grade de programação, agora para quatro horas, para exibição do programa “Música e Alegria”. Dois anos depois, rebatizada de “Programa Sílvio Santos”, a atração já tinha seis horas de duração. Ao mesmo tempo, Sílvio apresentava pela TV Tupi o programa “Cidade Contra Cidade”. Naquele momento, o empresário possuía três empresas: Baú da Felicidade Utilidades Domésticas e Brinquedos Ltda, Publicidade Sílvio Santos Ltda e Construtora e Comércio Baú da Felicidade Ltda.

Na década seguinte, a Globo iniciou uma reformulação em seu conteúdo, buscando uma alegada modernização do seu padrão de produção. A partir deste momento, houve certa rejeição aos programas de auditório e à linguagem popular de Silvio Santos. Porém, ele detinha índices elevados de audiência. Além disso, trabalhava com equipes próprias e mantinha controle sobre toda a produção de seus programas, utilizando a emissora basicamente como ponto de transmissão. Esses fatores colaboraram para que o presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, oferecesse a Silvio uma renovação de contrato com duração de cinco anos, mas com a inclusão de uma cláusula impedindo o empresário de comprar ações ou participar de concessões de televisão. Neste ponto, o “Programa Sílvio Santos” ocupava oito horas da programação aos domingos.

Para driblar a cláusula contratual, Sílvio Santos adquiriu 50% das ações da TV Record de São Paulo em nome de Lucita Gordinho. Ao mesmo tempo, transformou a empresa Publicidade Sílvio Santos Ltda nos Estúdios Sílvio Santos Cinema e Televisão Ltda, instalados na Vila Guilherme, em São Paulo. Em 1975, o empresário fez nova aquisição: disputou, e venceu, a concorrência aberta pelo governo do general Ernesto Geisel para um canal de televisão no Rio de Janeiro, o canal 11, constituindo a TVS e encerrando sua relação com a TV Globo (o que ocorreu a partir de janeiro de 1976). Ainda assim, ele manteve de forma simultânea a transmissão da programação de sua emissora própria de televisão, a TVS-Rio, com a do “Programa Sílvio Santos”, transmitido pelas TVs Record e Tupi, em São Paulo, e pela Tupi do Rio de Janeiro (por meio de aluguel da grade de programação).

Sílvio Santos filiou-se ao Partido da Frente Liberal (PFL) em 1988, tentando concorrer às eleições para a Prefeitura de São Paulo. Não obteve êxito. No ano seguinte, teve seu nome lançado de última hora para as eleições presidenciais, a partir de uma articulação feita por setores do PFL descontentes com o desempenho do candidato do partido, Aureliano Chaves, que não conseguia ultrapassar o limite de 1% das intenções de votos. A manobra foi encabeçada pelo senador Marcondes Gadelha, do PFL/PB, líder do governo do presidente José Sarney no Senado Federal, e por Armando Correia, pastor evangélico e presidente do Partido Municipalista Brasileiro (PMB). Sílvio Santos concorreria pelo PMB, mas o procurador geral eleitoral, Aristides Junqueira, pediu sua impugnação com base no fato de que o apresentador não havia se desincompatibilizado dos cargos de direção ou controle de empresas concessionárias de serviço público (no caso, suas emissoras de televisão) em um período de até três meses antes do pleito, conforme determinava a legislação. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela impugnação por sete votos a zero, mas com base em outro argumento: o PMB fora considerado um partido em situação ilegal, já que realizara convenções em apenas cinco estados da federação, enquanto a legislação determinava o número mínimo de nove.

O empresário e apresentador é casado com Íris Pássaro Abravanel e tem seis filhas: Cintia Aparecida Vieira Abravanel, Silvia Aparecida Abravanel de Abreu (as duas, filhas do primeiro casamento, com Maria Aparecida Vieira Abravanel, falecida em 1977), Daniela Aparecida Abravanel Beyruti, Patrícia Abravanel, Rebeca Cristina Abravanel e Renata Abravanel.

Toda a família trabalha nas empresas do Grupo Silvio Santos. Íris é diretora da Jequiti Cosméticos e autora de telenovelas. Cíntia administrava o Teatro Imprensa até o fechamento deste, em 2011, mas continua atuando na parte artística do grupo. Ela é mãe do ator e cantor Tiago Abravanel. Silvia é apresentadora e diretora do núcleo infantil da rede de televisão. Patrícia é apresentadora, assim como Rebeca, que também colabora na Jequiti. Já Daniela e Renata estão sendo preparadas por Silvio para serem suas substitutas na administração do grupo. A primeira é diretora artística da televisão, enquanto a segunda é vice-presidente do conglomerado. Recentemente, por conta disso, ambas foram incluídas no quadro societário das concessões mantidas pelo empresário em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília.

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