Família Mesquita
A família Mesquita controla o Grupo Estado desde os seus primórdios. Inaugurado em 1875 por um grupo de 16 pessoas, entre elas o cafeicultor José Alves de Cerqueira César, o jornal passou a ter um único proprietário a partir de 1902: Julio Mesquita, redator do diário desde 1885, genro de Cerqueira César. Advogado, Mesquita foi deputado estadual por São Paulo na República Velha.
Com a morte do pai, Julio Mesquita, Julio de Mesquita Filho assumiu a direção geral da empresa em 1927. Também advogado, já havia exercido várias funções no jornal até 1919, quando passou a ocupar o cargo de secretária de redação. Neste período, interessado pela situação da cafeicultura no país e motivado pelos interesses familiares, redigiu uma série de artigos em que defendia a necessidade de criação de um órgão dedicado à proteção dos produtores de café.
Na Revolução Constitucionalista de 1932, Julio de Mesquita Filho colocou O Estado de S. Paulo em apoio aos revoltosos, articulados pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Acabaria preso e expatriado para Portugal. Dois anos antes, havia feito o movimento contrário: apoiou a “Aliança Liberal” e a candidatura de Getúlio Vargas em oposição a de Júlio Prestes, que era o candidato apoiado pelo PRP. Naquele período, o jornal chegou a atingir uma tiragem de 100 mil exemplares, em um momento em que a cidade de São Paulo possuía cerca de 890 mil habitantes.
Já em 1933, contudo, Getúlio Vargas convidou Armando de Salles Oliveira para ser o interventor federal em São Paulo. Salles, que era casado com Raquel Mesquita, irmã de Júlio de Mesquita Filho, negociou a anistia aos revoltosos de 1932, e o proprietário de O Estado de S. Paulo pode então retornar ao país. A partir daí, o jornalista oscilou entre momentos de apoio ao governo de Getulio Vargas e momentos de forte oposição ao regime, o que resultou em uma sequência de novas detenções temporárias quando da decretação do Estado Novo, em 1937, culminando com seu exílio no ano seguinte - primeiro, na França, depois, nos Estados Unidos, e, por fim, na Argentina, período em que colaborou com o jornal La Nación, escrevendo sobre a Guerra do Paraguai. Durante o exílio, O Estado de S. Paulo foi dirigido por Francisco Mesquita, irmão de Mesquita Filho e seu companheiro durante o período de expatriação vivido em Portugal.
Os irmãos Júlio de Mesquita Filho e Francisco Filho faleceram em um curto período de tempo, entre os dias 12 de julho e 8 de novembro de 1968, no momento de maior endurecimento da ditadura militar que ambos tinham apoiado em 1964, quando um golpe de estado derrubou o presidente eleito, João Goulart. Assim, em janeiro de 1969, o comando do jornal passou para Júlio de Mesquita Neto, filho de Júlio de Mesquita Filho e de Marina Vieira de Carvalho Mesquita. Mais velho de três irmãos, depois de formado como advogado, ele trabalhara como repórter e redator na seção de política do jornal e exercera outras funções em diferentes setores da empresa. Acabaria, portanto, optando pela carreira jornalística.
No período de Mesquita Neto à frente de O Estado de S. Paulo, a empresa adquiriu novos maquinários e construiu uma nova sede, expandindo os negócios para outros setores de mídia. Julio de Mesquita Neto aliou a direção do jornal com a atuação em defesa da liberdade de imprensa junto a entidades como a Associação Internacional de Imprensa, da qual foi presidente, e Associação Interamericana de Imprensa. Ele faleceu em junho de 1996, aos 73 anos, vítima de câncer, passando o controle do jornal para o irmão Ruy Mesquita. Este ficou à frente do Grupo Estado até 2009, quando teve que se afastar para combater um câncer na língua. Faleceria em 2013, aos 88 anos.
Entre 2009 e 2012, a Presidência do Grupo Estado foi ocupada em transição por Silvio Genesini, que deixou o posto em agosto de 2012, dando vaga a Francisco de Mesquita Neto e à quarta geração de membros da família no comando do grupo. Francisco é acionista e membro do Conselho de Administração, além de ter sido durante 15 anos CEO do Grupo Estado. Ele ocupou também a posição de CEO nos grupos TotalCom S.A, por três anos, e Unialco S.A., por dois anos.
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Outras Informações
Notícias
Francisco Mesquita e os 140 anos do Estadão. Accessed Oct. 2017
Fontes
FGV/CPDOC. Verbete: Julio Mesquita Neto. Accessed Oct. 2017